
Essa mudança de comportamento já pode ser observada em Pindamonhangaba. Apesar de não haver ainda, segundo empresários do setor, impacto significativo nas vendas de bebidas alcoólicas, há uma percepção de que o consumidor esteja substituindo os drinks por cerveja ou bebidas menos suscetíveis à contaminação.
Um exemplo dessa mudança é Igor Alves, estudante de Engenharia, que decidiu parar de consumir bebida destilada. “Desde que estourou isso tudo eu tenho tomado mais bebidas fermentadas. Ou mesmo se for beber destilados, eu estou optando por comprar as bebidas diretamente no supermercado, onde sinto mais segurança do que em adegas ou bares”, conta.
Por outro lado, bares e restaurantes temem pela credibilidade dos próprios negócios diante do aumento de casos de contaminação por metanol e tomam medidas preventivas.
Cibelle Salles, sócia proprietária do The Hop Garden Beer, afirma que já é possível notar mudanças no comportamento dos clientes. “Não percebemos queda significativa no fluxo de clientes; o que houve foi uma mudança no mix de consumo. Nas últimas semanas, observamos uma queda no consumo de destilados, com aumento na saída de vinhos, cervejas e bebidas enlatadas”, destacou ela, frisando que o bar sempre tomou todas as medidas de prevenção, comprando as mercadorias de fornecedores regularizados, além de treinar a equipe para os procedimentos de controle e segurança.
Taimã Louzada e Thalia Dias, proprietárias do Bar das Patroas, também cumprem todas as normas vigentes, guardam todos os documentos e notas fiscais. Elas fazem um alerta: “Os consumidores devem se atentar aos valores praticados. É notável uma diferença absurda na venda do famoso ‘copão’. Já vimos estabelecimentos vendendo o drink por R$ 5, o que não paga nem o custo da bebida original. Temos que desconfiar da venda de bebidas muito abaixo do preço de mercado, o barato pode sair caro”, enfatiza Taimã.