Quando se fala em Ferroviária, imediatamente nos lembramos de futebol, domingueiras e Carnaval. E claro, do querido Orlandinho Bicudo que trabalhou como garçon nos eventos sociais do clube durante 10 anos.
Orlando Bicudo nasceu em 20/12/1947, em Pindamonhangaba, filho de José Bicudo e Leontina Ferraz Bicudo. Seu pai era Feitor da Estrada de Ferro Campos do Jordão. Desde cedo queria trabalhar e realizar seus sonhos. Iniciou sua vida profissional de garçon no comércio da cidade, e algumas vezes em festas e bares da cidade.
Em meados dos anos 70 ingressou na Estrada de Ferro Campos do Jordão como Auxiliar Geral, exercendo várias atividades e foi evoluindo até se formar Motorneiro oficial (condutor de bondinho). E ia sempre trabalhar com um elegante uniforme, camisa branca e gravata.
Assim, estabelecido profissionalmente, começou a constituir sua família. Casou-se com Luzia Tomás (in memoriam) em 1978 e tiveram quatro filhos: Fernanda, Adriano, Amanda e Liege. A família aumentou e a renda familiar estava curta. Por isso, em 1989 foi trabalhar como garçon na Associação Atlética Ferroviária, onde era carinhosamente chamado de “Orlandinho”, iniciando outra atividade extra na sua vida.
Com seu carisma, conquistou muitos amigos e o clube tornou-se para ele sua “segunda casa”. Era carismático, atencioso, responsável e amigo, sempre com um sorriso no rosto transmitindo alegria para todos. Teve o privilégio de conhecer sua ídola Alcione “Marron” durante um dos eventos no clube.
E outro sonho dele era um dia ter seu próprio salão de festas. Mas o destino traz surpresas inesperadas. Em 18 de maio de 1999 Orlandinho teve seus sonhos finalizados e sua vida interrompida, em um acidente trágico no bondinho no km 15 da “Estradinha”, próximo ao Rancho Fundo. A automotriz V2 que ele conduzia chocou-se de frente com uma gôndola (prancha) que transitava em sentido contrário. A cidade e a Ferroviária choraram a partida precoce do grandioso ser humano, regressando à pátria espiritual.
A automotriz V2 que ele conduzia na tarde do acidente era um veículo fechado, usado para transportar carga e realizar pagamento dos funcionários da ferroviária ao longo das estações.
Sua filha Fernanda trabalhou durante vários anos na Ferroviária na década de 2000 quando o Presidente era Arthur Ferreira dos Santos. Sua sobrinha Valéria Bicudo é associada e até hoje faz parte da equipe de Natação Águas Abertas do clube.