A sociedade está fundamentada numa cartilha engessada por cláusulas baseadas na idade das cavernas, todas incitando a disputa ‒ a qualquer custo ‒ pelo trono do sucesso. Com isso, a desonestidade e suas variações são empregadas sem nenhum constrangimento, tampouco punições; pois a justiça do homem está cada vez mais injusta.
Na cartilha da sociedade, os probos são considerados bobos; a empatia é uma palavra morta; e o altruísmo só é válido se for publicitado. Para a sociedade, vencedor é aquele que tem um patrimônio obeso ‒ mesmo que seja de origem fraudulenta; aquele que desfruta da fama conquistada através de ilicitudes; aquele que extermina quem estiver em seu caminho para se sustentar no poder. Resumindo: vencedor é aquele que possui artérias glaciais.
Houve um tempo em que a melhor pessoa para o relacionamento afetivo era a que oferecia o genuíno amor, a que trabalhava, era sincera, fiel e equilibrada, independente do aspecto físico e da situação financeira. Hoje, o essencial são os ativos.
Com muito dinheiro, é possível comprar o amor em qualquer esquina ‒ não o amor genuíno (que não tem preço), mas o amor sanguessuga. Os interesseiros não se importam com valores morais, não se importam se a “presa” é esteticamente fora do padrão, velhusca ou tenha métodos sórdidos de enriquecimento. O que importa é quanto a “presa” tem a oferecer: dinheiro, viagens, joias e demais benefícios.
É evidente que a maioria dessas atitudes levianas é oriunda das regras da sociedade, impostas desde a infância. E o resultado é a deterioração da humanidade. Há muitas gerações, a família vem gerando filhos rebeldes, exigentes, agressivos em ações físicas e verbais. Os corretivos de outrora, aqueles que moldavam o bom cidadão, estão proibidos pelo Estado.
Outro ponto a ser destacado é a qualidade do ensino público: caótica, sofrível, propositalmente quase imprestável, para favorecer a subserviência do povo. É proibido pensar, discordar, ter opinião própria que seja contrária ao sistema.
Este cenário poderia ser diferente. Se, ao invés de a sociedade incentivar vaidades, exibicionismo e disputas pelo poder, apregoasse que a fórmula do sucesso é a evolução espiritual, conflitos familiares e mundiais seriam sensivelmente reduzidos.
Enquanto a humanidade viver submissa à regência que a torna selvagem e irracional, a paz será atacada nos quatro cantos do planeta, como na guerra entre Rússia e Ucrânia, e nos ataques contra Israel. Tais insanidades ocorrem, principalmente, pela rejeição a Deus, por substituí-Lo pelo materialismo, pela ganância, pelo poder.
É preciso, urgentemente, sair da manada, agir com a pureza das crianças, corrigir o curso da história. Utopia? Não! Desde que sejamos exemplos do Bem. Um passo de cada vez, sem procrastinar, sem desistência. A vida é um sopro e, no fim da caminhada, o julgamento será justo para todos.
Do jeito que está, a extinção se aproxima, pois o maior predador do homem é o próprio homem. Que Deus nos abençoe e proteja!