A Filosofia, como sabemos, oferece-nos ferramentas críticas para que enfrentemos os grandes desafios do nosso tempo, e promover a compreensão do nosso caminhar nas sendas do nosso existencial, nossos anseios, nossos relacionamentos com os nossos semelhantes no mundo que está em nossa volta.
Nesse sentido, colocamos como essencial, o diálogo entre o saber filosófico e os sistemas de informação e tecnologias para que eles, realmente, ofereçam, dentro dos princípios éticos, o desejado bem – estar social, de fundamental importância para a construção de uma sociedade mais justa que coloque o HOMEM no centro de todas as questões.
É evidente que a Filosofia pode orientar a tecnologia, principalmente no que se refere aos limites, variando desde a proteção de dados e privacidade, até a sua interação com a propalada Inteligência Artificial (que também deve fazer reflexões sobre valores éticos e humanos).
Claro está que a Filosofia deve manter o seu norte crítico ao cientificismo moderno, quando esse esquece a dimensão humana, desprezando o mais importante e nobre ser criado pelo Altíssimo, para, em especial, nesse planeta de provas e dores, desenvolver uma trajetória, uma missão de valorização humana, de aperfeiçoamento, de uma evolução verdadeira.
Aqui, torna-se necessário pensar seriamente sobre o que afirmou Steve Jobs (1955-2011, inventor, empreendedor norte-americano que criou a Macintosh, a Apple, o Ipad e o Iphone): “A tecnologia move o mundo”, mostrando a crença de que a inovação tecnológica é sumamente necessária para o progresso e transformação da sociedade, não sendo apenas uma ferramenta, mas uma extraordinária extensão da capacidade do homem de moldar a forma como interagimos e trabalhamos.
O grande e inesquecível Mestre Paulo Freire (1921-1997, renomado educador brasileiro, cujo trabalho teve um profundo impacto na educação e na luta pela justiça social em todo mundo) aborda, com muita sabedoria o assunto, quando na sua obra “A Pedagogia da Indignação” interroga: “A máquina está a serviço de quem?”. E, ele nos ensina que o foco é usar a tecnologia e não ser manipulado por ela, e, ao referir-se à TV, ele insiste: “Devemos usá-la e sobretudo discuti-la”.
Dessa maneira, é crucial a reflexão sobre o uso político da tecnologia, sua compreensão, controle e domínio. Assim como a atitude assumida frente a ela, devem estar em constante atualização, em suma: compreender, controlar, dominar e utilizar corretamente a tecnologia.
Procedendo dessa maneira, iremos ao encontro do Filósofo e Pedagogo norte-americano John Dewey que afirmou categoricamente: “Você não pode ensinar hoje da mesma forma que ensinou ontem, se seu objetivo é preparar os alunos para o amanhã”.
Por fim, não podemos olvidar o celebrado Filósofo Existencialista alemão Martin Heidegger quando afirmou: “A tecnologia, nada é mais do que a herança que recebemos da tradição do Pensamento Ocidental”. Herança essa que precisa ser conquistada a cada dia, no processo da evolução do ser humano que deve ser, cada vez mais consciente, realizado e feliz.
Aplainar os desníveis sociais dos nossos irmãos desfavorecidos, esquecidos pela sociedade, é uma das maiores obrigações e suprema finalidade da tecnologia!