Um dos campos da Filosofia mais intrigantes ao longo da História, sempre foi a mente. A FILOSOFIA DA MENTE tem por finalidade investigar os problemas que dizem respeito à sua natureza, tais como: estados, processos mentais, sentido, linguagem, e mais ainda: ações inconscientes, pensamentos e memória. Dessa maneira, vamos compreender que Filosofia da Mente tem um amplo espectro de ação ao estudar os fenômenos psicológicos, investigar a sua natureza, e, por extensão, a natureza dos estados mentais. Pesquisadores ligados a essa área do conhecimento apontam um fato importante: uma das questões fundamentais da Filosofia da Mente é saber se basta um cérebro para que seja possível a consciência ou também é necessário algo além, como a alma. Ela busca, por conseguinte, saber do que a mente é constituída e se é possível que outros seres não humanos (animais e máquinas) possuem mente. Interessante é que não se pergunta: qual a natureza do coração, do que ele é constituído? Parece que a Ciência já resolveu esse problema, no entanto, indagamos: do que é feita a mente? Como interagem mente e corpo?
Didaticamente sempre se afirma que as investigações concernentes ao problema MENTE-CORPO caminham em duas veredas o Monismo e o Dualismo. O monismo foi introduzido na História da Filosofia pelo filósofo Parmênides (século V A.C.), defendida por um nome marcante da Filosofia: o holandês Baruch de Spinoza (1632-1667), o qual afirmava que corpo e mente são uma só entidade, e, que realmente, só as entidades que podem ser postuladas por teorias físicas, tem concretude e existem, ou seja: a mente é algo abstrato, sem características de existência. Uma corrente do Monismo denominada Fisicalismo (corpo e mente são uma só coisa!) exerceu influência nas ciências, especialmente em psicologia evolutiva e sociobiologia.
Ao nos referirmos ao dualismo, vamos encontrar um dos primeiros filósofos a estudar a natureza da mente que foi o francês René Descartes (Penso, logo existo!) o qual acreditava que a mente é uma substância distante da substância física e não sujeita a nenhuma lei natural. Na sua abordagem o sujeito é “uma coisa pensante” separada do mundo externo. Esse brilhante Filósofo problematizou exaustivamente a questão MENTE-CORPO. Não podemos esquecer que o Dualismo já existia na História da Filosofia compreendendo a mente e o corpo como entidades com propriedades distintas, e que a mente possui características que não podem ser reduzidas simplesmente às propriedades do cérebro, fato já apontado pelo Filósofo Grego Platão e comprovado pelas pesquisas da Neurociência atual.
Por fim, referimo-nos a outro problema enfocado pela Filosofia da Mente: a consciência. Já no século XX, o Filósofo Analista e Escritor norte-americano JOHN SEALE publicou o “Ministério da Consciência”, obra no qual explora como é possível que os processos neurobiológicos sejam causa dos nossos estados conscientes, desde uma simples dor de cabeça até grandes e marcantes eventos da nossa vida. Esse Filósofo critica a abordagem que vê o cérebro como um computador e a mente como um programa (software). Para ele, simplesmente, a mente não pode ser entendida como mero programa de computador porque este não tem capacidade semântica, e sua capacidade é sintática! A sintaxe está ligada às combinações de palavras numa língua, e a semântica prioriza investigar as propriedades do significado das expressões. Os estudos avançam! É tudo muito fascinante, não esquecendo que, segundo inúmeros Filósofos, o problema fundamental da Filosofia é o da relação entre Pensamento e Existência.