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‘Fala Mulher’: A força da memória e a importância de preservar o patrimônio de Pindamonhangaba

No novo episódio do podcast ‘Fala Mulher’ — projeto ligado ao Clube de Leitura e apresentado por Carmem Pamplin e Angelita Claudino — a convidada foi Ana Maria Guimarães, presidente do CMPH (Conselho Municipal de Patrimônio Histórico) de Pindamonhangaba. Em um bate-papo cheio de memórias, pertencimento e defesa do patrimônio cultural, Ana compartilhou sua trajetória multifacetada e os desafios de proteger a história da cidade.

Ao falar sobre os bens históricos do município, Ana destacou a riqueza arquitetônica e simbólica do centro: “Nós temos o Chafariz, no Tabaú, a Igreja São José, o Palacete Dez de Julho, o museu, a Alfredo Pujol… o centro aqui é muito rico na área de patrimônio”. Para ela, preservar é mais que conservar prédios — é fortalecer identidade. “Para você ter uma identidade, você automaticamente tem que ter uma raiz. Se você não fizer isso, você não tem identidade. Se você não sabe quem você é, a cidade não sabe o que ela é”.

A presidente explicou também como funciona o processo de tombamento. Segundo ela, “o pedido tem que ser embasado em várias causas… tem que contar realmente a importância dele para que possa ser tombado”. A análise envolve arquitetos, engenheiros e historiadores, além de seguir normas do município, do Iphan e do Condephaat. Depois dos pareceres, o processo segue para a Secretaria de Cultura e, por fim, ao Executivo para assinatura.

Ana também menciona alguns dos patrimônios mais relevantes: a Figueira das Taipas, o Chafariz do Tabaú, a Estrada de Ferro Campos do Jordão, a Matriz, a Capela de Sant’Ana, o Bosque da Princesa, a fazenda Curuputuba, além dos imateriais, como A Tribuna do Norte, o Feste e a Banda Euterpe. Entre os estudos atuais, destacou o tombamento da música ‘Parabéns a Você’, escrita pela pindamonhangabense, Bertha Celeste Homem de Mello, cuja história local “agrega valor para o turismo e para a cidade”.

Em outro momento da entrevista, Ana defendeu a educação patrimonial desde a infância. Para ela, trabalhar esse conhecimento nas escolas cria pertencimento e reduz danos ao patrimônio: “Quando você vê um prédio que tenha um patrimônio, você sabe a história. Aquilo pertence a você. Aí você não vai ver pichação… porque se a pessoa respeita, vai querer cuidar”. Ela também lembrou que “o velho e o novo podem caminhar juntos”, reforçando que evolução não significa apagar memórias.

A presidente valorizou ainda o papel dos conselhos municipais: “Eles são muito importantes para a cidade. É um trabalho voluntário, mas é gratificante”. Angelita complementou sua fala explicando que participar dos conselhos aproxima as pessoas da tomada de decisões: “Você usa seu palpite dentro do conselho e faz valer a sua voz. Você pode não ser membro, mas pode assistir às reuniões como ouvinte. É sair desse lugar de só palpitar de fora, sem saber realmente o que está acontecendo”.

O podcast completo pode ser conferido no canal de Youtube da Tribuna do Norte.

Sarau do ‘Fala Mulher’

O ano de 2025 tem um saldo muito positivo para o Clube de Leitura ‘Fala Mulher’ que começou os encontros sem saber muito bem a direção que seria tomada.

“Hoje depois de um ano e meio, o Clube de Leitura conquistou um espaço muito importante na cidade, acolhendo inúmeras mulheres para momentos onde podem expressar suas dores e inquietudes, tão comuns a muitas de nós. Mas dar voz a quem vai aos encontros e se posiciona tem sido muito importante”, afirmou a jornalista Cintia Martins Camargo, do jornal Tribuna do Norte e uma das idealizadoras do clube de leitura.

No Sarau de Encerramento do clube neste ano, a mediadora de leitura e uma das idealizadoras do clube, Angelita Claudino destacou que “esse momento de pausa na rotina para nos reunir é combustível para a alma. É a pausa necessária para recarregar as energias junto a mulheres que se apoiam mutuamente, mulheres que têm sonhos, desejos e que, no Fala Mulher, encontram um lugar seguro para expressar suas alegrias e angústias. Um lugar de se escutar, através de outras mulheres, que permite perceber que não está sozinha. É encontrar, no Fala Mulher, sua rede de apoio. Nossa missão é oferecer esse espaço de conexão com o feminino, um lugar onde nossas vozes são ouvidas”, disse.

A bibliotecária, Carmen Pamplin, também idealizadora do clube, salientou que “encerramos o mês com um encontro muito especial do Clube Fala Mulher. Realizamos um sarau que reuniu nossas participantes e escritoras convidadas em um momento de partilha, poesia e acolhimento. Foi uma tarde em que cada voz ganhou espaço e mostrou a força que temos quando nos reunimos para criar, sentir e celebrar juntas. Saímos renovadas e ainda mais conscientes da potência desse espaço que construímos coletivamente”, destacou.

“Minha expectativa para este Encontro do Fala Mulher é que o sarau se torne um momento de partilha verdadeira, onde cada mulher se sinta à vontade para expressar sua arte e sua história. Espero que seja um espaço de acolhimento e inspiração, capaz de fortalecer nossos laços e nossas vozes’, enfatizou Carmen.

O encontro foi mais uma oportunidade de discutir sobre os muitos papéis que as mulheres desempenham, suas dúvidas, frustrações, vitórias e amizades que foram sendo construídas durante os encontros.

“O Fala Mulher ainda tem muitas histórias para contar e ações que estaremos realizando em 2026. Com certeza será um ano de muitas amizades, sempre levando em consideração este acolhimento que podemos proporcionar”, finalizou a jornalista Cintia.

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