
Com o objetivo de aprimorar as reflexões em pautas raciais, políticas e sociais, o Núcleo Traços Fortes chega a Pindamonhangaba no próximo dia 29 de março com o espetáculo “Vestígios de Alguém que Não Pôde Falar”. A peça teatral faz parte de uma duologia que narra a história ficcional de uma menina negra morta a caminho da escola por balas de policiais. Diante do acontecido, sua mãe enfrenta desafios, medos e lutas para honrar a história de sua filha.
Em Pindamonhangaba, o espetáculo será apresentado no Teatro Galpão, no dia 29 de março, às 19h. Com classificação indicativa de 14 anos, os ingressos custam R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia-entrada) e podem ser adquiridos através do link: https://linktr.ee/nucleotracosfortes. A apresentação contará com acessibilidade em Libras.
A dramaturgia original é escrita por João Paulo Santos e Lucas Silveiras, atores, diretores de teatro e dramaturgos. A história tem como inspiração os contos “Olhos D’água” e “Zaíta Esqueceu de Guardar os Brinquedos”, de Conceição Evaristo, além de trabalhar com fragmentos de fatos reais, principalmente a morte de Marcos Vinícius, jovem negro de 14 anos atingido por policiais no Complexo da Maré enquanto estava a caminho da escola.
“O número de casos de crianças e jovens negros mortos durante operações policiais é alarmante, e o espetáculo Vestígios de Alguém que Não Pôde Falar nasce com o objetivo de evidenciar as pautas e lutas em prol da infância negra no Brasil. Trata-se de um movimento de encontro com a esperança, de uma nação em que crianças negras sejam ouvidas e respeitadas”, destaca o diretor Lucas Silveiras.
“De que cor eram os olhos de minha filha?” Durante toda a apresentação, o público se depara com essa pergunta latente e repetitiva, que acompanha a caminhada da personagem “Mãe” em busca de justiça pela morte de sua menina. Lembrar a cor dos olhos de alguém é eternizar na memória a história de quem amamos. O espetáculo é um convite para a reflexão sobre o luto que a violência urbana leva para muitas famílias, especialmente as famílias negras, sendo também uma homenagem a tantas mães que perderam seus filhos e seguem lutando com amor e força.
Para o diretor Lucas Silveiras, seguir em turnê pelo interior com o espetáculo é empolgante e ao mesmo tempo desafiador. “Nosso trabalho tem como principal característica a denúncia. É por meio do teatro que nós, do Núcleo Traços Fortes, reivindicamos pautas que consideramos urgentes, como a luta antirracista. E viajar pelo interior de São Paulo com uma peça que carrega um discurso tão profundo e necessário é extremamente empolgante. É acreditar que nossa mensagem alcançará ainda mais pessoas”, conclui.
Além disso, o evento contará com a opção de meia-entrada solidária, no valor de R$ 10 + a doação de 1kg de alimento não perecível. Os alimentos arrecadados serão destinados à CUFA Taubaté – Central Única das Favelas, que fará a distribuição para famílias em situação de vulnerabilidade nos bairros carentes de Taubaté e Pindamonhangaba.
Importante: não serão aceitas doações de sal.