O dia amanheceu lindo, sol, céu azul sem nuvens, coisa rara em uma cidade com altos níveis de poluição. Tomei minha dose de vitamina D, no frio sol de outono, não aquece, mas traz energia. Após o almoço, aquele cafezinho fresquinho com biscoito amanteigado e uma siesta, nada como uma soneca para relaxar. À tarde, uma caminhada ao pôr-do-sol. Momento de relaxamento e depois uma meditação. O dia passou.
No dia seguinte, acordei antes da hora porque estava com frio. Troquei de roupa e olhei pela janela e me surpreendi: nuvens cinzas, pesadas, um vento gelado. Onde foi parar aquele céu azul, sem nuvens e o sol brilhante? Ok, lembrei-me que uma frente fria estava vindo do sul. Eis que ela chegou! Em plena sexta-feira como é de costume por aqui. Não estou reclamando, até que gosto de um friozinho e como diz “aquela” música “um dia frio, um bom lugar para ler um livro…”
E foi o que fiz, peguei um livro e passei o resto da tarde no meu cantinho de leitura, viajando com Júlio Verne ao Centro da Terra. Chegou a hora do jantar, o “reloginho” do meu estômago já tinha despertado. E adivinha qual foi o jantar? Uma pizza? Hambúrguer e batata frita? Pipoca? Não, não e não. Foi uma bela e quentinha sopa de creme de palmito.
Mesa posta, pratos na mesa e ela chega na centenária sopeira de faiança de minha querida avó Jandyra. A sopeira tornou a sopa mais deliciosa e saborosa ainda, com gosto de comida afetiva. Chegou a hora do ritual, sim, porque para mim saborear uma sopa é um verdadeiro ritual. Fumacinha saindo do prato, mergulhei a colher delicadamente, levei à boca e engoli aquela sopa-creme, que aqueceu todo o corpo e o coração. Claro, o pãozinho acompanha o ritual, também não poderia faltar o azeite de oliva extra-virgem.
Pronto, fiquei nutrida e aquecida o resto da noite. Voltei para a leitura do livro e adormeci sonhando.
