Neste mês de agosto, damos atenção especial à Esclerose Múltipla. A Esclerose Múltipla é a doença autoimune que mais acomete jovens adultos em todo o mundo, e neste mês a campanha informativa recebe o nome de Agosto Laranja.
A Esclerose Múltipla (EM) é uma doença neurológica crônica caracterizada pela inflamação da bainha de mielina, que é uma membrana que envolve os neurônios (células nervosas). A inflamação ocorre devido a uma ação do sistema imunológico que não reconhece a membrana como parte do organismo e acaba destruindo-a, o que dificulta a comunicação ideal entre o cérebro e o corpo.
O Agosto Laranja foi criado com o objetivo de ser um movimento coletivo para desmistificar essa condição crônica de doença e estimular a procura por ajuda médica, a fim de conseguir um diagnóstico precoce gerando mais qualidade de vida, maior acolhimento, respeito e dignidade para quem convive com a patologia, junto com seus amigos e familiares.
Conforme dito anteriormente, a E.M. é uma doença inflamatória que pode atingir diversas partes do sistema nervoso central e, dependendo da área, causa um dano específico. É uma doença que, se não tratada, tem como característica a difusão com o tempo, ou seja, a pessoa apresenta sintomas que pioram em diferentes momentos da vida e que podem evoluir. O curso clínico é caracterizado por períodos de crises (surtos) seguidos por períodos de recuperação.
É uma doença que atinge mais os jovens entre 20 e 40 anos de idade, sendo mais predominante em mulheres. A causa da doença ainda não está totalmente conhecida, porém sabe-se que múltiplos fatores ambientais e genéticos estão associados ao risco de desenvolver a doença. Dentre os fatores ambientais associados, temos a infecção por alguns agentes virais e bacterianos, como o herpesvírus tipo 6, vírus Epstein-Barr e retrovírus endógeno humano. Além disso, outros fatores como região de nascimento, obesidade infantil e deficiência de vitamina D podem estar associados ao aparecimento da E.M.
Os sintomas são variados e diferem dependendo da área de inflamação no cérebro e na medula espinhal. Os sintomas mais comuns são baixa visão, fraqueza nos membros, dormência ou formigamento no corpo, visão dupla, dificuldade para falar ou engolir, fadiga, desequilíbrio, problema de coordenação dos membros, tontura e perda de memória.
Ainda não existe cura para a esclerose múltipla, mas é possível ter qualidade de vida com os tratamentos existentes, controlando a progressão da doença e os sintomas. Além do uso correto e contínuo da medicação indicada, conforme a necessidade de cada paciente, a prática de uma vida saudável pode ajudar muito. Realizar exercícios físicos regulares, manter uma dieta balanceada, evitar sal em excesso, combater o tabagismo, ter controle do peso corporal e manter cuidados com a saúde mental estão entre os principais autocuidados que uma pessoa com esclerose múltipla deve tomar.