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Educação é conexão

Uma canção me recordou há pouco os desafios enfrentados por todos nós quando vivemos o pesadelo da Covid-19. Foi um tempo de muita dor e desconforto, mas também de intenso aprendizado. Uma das principais lições daqueles meses sombrios: como o coronavírus impôs o isolamento social, a necessidade de manter a ligação com o outro, mesmo à distância, ensinou-nos o valor da construção de pontes para sobrevivermos e não perdermos a esperança na vida. Para isso, uma palavra permeou e permeia até hoje todas essas questões: conexão!

“A gente não precisa ‘tá colado pra tá junto’, os nossos corpos se conversam por horas e horas…” Por incrível que pareça, uma música de Luan Santana me remete a esse período em que cada um de nós precisou se reinventar para não se desconectar de tudo. Nós, professores, de modo muito específico, tivemos de superar nossas limitações tecnológicas para ministrar as salvíficas – ainda que controversas – aulas remotas.

Nosso querido Luan parece que sabe bem como se deu isso: “Em questão de segundos, voo para outro mundo, outra constelação…”. Era exatamente assim: da nossa casa para a casa de nossos alunos, um lar integrado a outro pelo poder da imagem, do som – e da educação.

A cada começo de aula, vivenciávamos isto aqui: “Não dá para explicar ao ver você chegando qual a sensação…”. Cada aluno que entrava na nossa sala on-line era uma visita que recebíamos em casa; ao mesmo tempo, acolher os alunos significava ser acolhido no universo domiciliar deles.

Nesse contexto singular, chegamos a vivenciar experiências até então inéditas, como festas de aniversário a distância, flagrantes domésticos inusitados e o fenômeno das “circunstâncias fantasmagóricas” (“Gente, tem alguém aí?”), dentre outras ocorrências hilárias (ou nem tanto).

Teve professor que se descobriu psicólogo, influenciador, apresentador de TV, coach, músico, gamer, afinal, foram muitos os esforços para atrair a atenção dos alunos, mantendo-os conectados às aulas, um trabalho que acumulou êxitos (eba!) e também fracassos (snif!).

Enfim, sobrevivemos, aprendemos, crescemos. E não perdemos a conexão, valorizando cada vez mais a construção de pontes virtuais e presenciais para que alcancemos o outro e o outro nos alcance. A propósito, o autor austríaco Ernst Fischer explica que uma das funções da arte é unir o eu ao coletivo – e isso se aplica também, é claro, à educação. Nem uma pandemia pode destruir vínculo tão poderoso!

Na coluna de hoje, a lição do dia está espalhada pelos versos da canção Te vivo, a qual, embora tenha norteado nossa conversa, não trata dos desafios enfrentados pela educação durante a pandemia. Fiz apenas uma ponte (inimaginável?), porque, de fato, a letra desse sucesso de Luan Santana sempre me conectou ao que estávamos vivendo.

Quase me despedindo, recordo agora a primeira estrofe da canção: “Quando me sinto só, te faço mais presente. Eu fecho os meus olhos e enxergo a gente”. E explico a relação: ainda que alguns alunos mantivessem suas câmeras desligadas, eu os via a cada aula, como os vejo até hoje em minha lembrança.

Sabe, meu aluno, minha aluna, como diz a composição de Luan e Tiago Servo, “eu não preciso te olhar pra te ter em meu mundo, porque aonde quer que eu vá você está em tudo…”. É isso. Educação é o amor conectando a vida da gente!

Lição do Dia

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