Desde que foi introduzido no Brasil, o carnaval tornou-se a grande válvula de escape onde as frustrações e miséria do ano inteiro eram esquecidas.
Antes de 1930, o estado não intervinha na organização dos três dias de festa. O carnaval das classes baixas era severamente controlado e até 1933 a polícia não concedia licença para que as escolas de samba realizassem seus desfiles. Em 1928, o prefeito do Rio de Janeiro Antônio Prado Junior destinou um crédito de quarenta contos de réis para ajudar os clubes carnavalescos na preparação de seus enfeites alegóricos. Os recursos para o carnaval nessa época eram obtidos mediante doações do comércio.
No Rio de Janeiro por volta de 1930 existia um “Livro de Ouro”, onde os comerciantes se inscreviam como financiadores da folia. O governo de Getúlio Vargas modificou essa situação, generalizando o intervencionismo estatal e promovendo a tal “alegria dirigida”. Foram criados Departamentos de Turismo nos Estados, que passaram a ter um papel cada vez mais absorvente na organização do carnaval. No Rio de Janeiro, foi em 1933 que surgiu definitivamente o Carnaval oficializado. A Prefeitura, pela sua Comissão de Turismo, traçava os programas dos festejos, que iam desde as batalhas de confete nas ruas, aos banhos de mar à fantasia, desfiles de blocos e bailes.
No final dos anos 20 começaram a surgir escolas de samba nos morros cariocas. Os bigodes e o nariz postiço surgiram no Brasil em 1901, já a máscara de celulóide transparente, os confetes e as serpentinas surgiram no país em 1892. Mas o personagem mais constante nas ruas e salões era o lança-perfume. A marca mais famosa delas era a RODO fabricada na Suíça e comercializada no Brasil desde 1906 em tubos de vidro. Em 1927, apareceu o Rodo metálico, e nesse mesmo ano o Brasil chegou a consumir quarenta toneladas do terrível entorpecente, até que em 1961 no governo de Jânio Quadros foi proibido.
A década de 30 foi a época de ouro da música de carnaval. Foi durante esse período que o samba e a marcha-rancho alcançaram sua forma plenamente amadurecida. Compositores como Lamartine Babo, Noel Rosa, Ari Barroso criaram músicas eternas como: “Tai, eu fiz tudo pra você gostar de mim”, “Teu cabelo não nega Mulata” e outras. A vencedora do primeiro concurso de escolas de samba foi a Mangueira em 1932, em 1935 nasceria a Portela.
O Carnaval é um momento de celebração da vida, da alegria e da liberdade, e representa a capacidade do brasileiro de superar as dificuldades e encontrar motivos para sorrir e se divertir. Neste período, o povo exprime emoções, incentiva fantasias, extravasa sentimentos de felicidade. Através da música revela alegria, felicidade e sonhos.