
Em um mundo acelerado, onde o vício do celular, das maratonas de séries ou até mesmo por conta do serviço, noites mal dormidas têm se tornado rotina para muitas pessoas. Entretanto, a ciência é categórica: dormir bem não é um luxo, é uma necessidade biológica essencial para o bom funcionamento do organismo, um pilar fundamental para a saúde e o bem-estar.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), dormir de sete a nove horas por noite é uma necessidade vital para o corpo e a mente, contudo isso não pode ser considerado padrão. Cada um tem o seu ritmo necessário que deveria ser respeitado, sejam sete ou cinco horas, contanto que não acorde cansado. Uma noite bem dormida melhora o humor, equilibra o ritmo biológico e fortalece o corpo contra doenças. No fim, cuidar do sono é cuidar de si mesmo.
Durante o sono, o corpo realiza uma série de funções reparadoras. O cérebro consolida memórias, as células se regeneram, os hormônios são equilibrados e o sistema imunológico reforçado. Nosso organismo é regido por um ciclo chamado ritmo circadiano e, quando mantemos horários regulares para dormir e acordar, esse relógio interno funciona com precisão, favorecendo um humor mais estável, melhor capacidade de concentração e maior disposição.
Por outro lado, noites mal dormidas ou mudanças constantes de horário confundem o ritmo circadiano, resultando em irritabilidade, alterações emocionais, lapsos de memória e queda de produtividade. As principais causas são insônia, mudança de fuso horário, uso excessivo de eletrônicos à noite ou trabalho em turnos.
O impacto de dormir pouco vai além do cansaço diurno. A privação de sono está associada a riscos aumentados de hipertensão, obesidade, diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares. O sistema imunológico também enfraquece, deixando o organismo mais vulnerável a infecções.
No quadro mental é igualmente preocupante, pois a falta de sono está ligada a maior propensão à ansiedade, depressão e até crises de pânico. A saúde emocional se deteriora, comprometendo relacionamentos e a qualidade de vida.
A boa notícia é que hábitos simples podem transformar a forma como dormimos. Estabelecer horários regulares para dormir e acordar, criar um ritual noturno reduzindo as luzes e o uso de telas de celular ou computador por até uma hora antes de dormir, criar um ambiente no quarto silencioso e escuro, evitar o uso de estimulantes como café, chá preto e bebidas energéticas à noite. Praticar atividades físicas regularmente, mas não muito próximas da hora de dormir, e utilizar técnicas de relaxamento como meditação e respiração profunda podem ajudar.
Práticas como yoga, pilates, que trabalham o físico, a mente e a respiração, ajudam muito a ajustar a rotina de quem tem noites mal dormidas. A acupuntura, através da estimulação de alguns pontos, pode ajudar a reduzir a ansiedade, a respiração ofegante e a controlar o humor. Uso de fitoterápicos e suplementos naturais também podem ajudar, seja através da melatonina, que é um hormônio que regula o ritmo circadiano e induz ao sono, seja através de chás, cápsulas ou tinturas de valeriana, passiflora, camomila, melissa, dentre outros. Mas sempre procure ajuda especializada, pois mesmo naturais, eles podem causar interação com outros medicamentos.
A falta de noites bem dormidas não é apenas um desconforto passageiro, ela mina silenciosamente o bem-estar mental, dia após dia. Dormir bem é tão importante quanto se alimentar ou exercitar-se. Cuidar do sono é cuidar de si.