
Encontram-se expostos no Museu Histórico e Pedagógico Dom Pedro I e Dona Leopoldina, em sala especialmente dedicada a resgatar a história do jornal Tribuna do Norte, equipamentos e máquinas (oficina gráfica) que foram utilizadas desde as primeiras décadas de sua existência até do final do século XX, quando o jornal, finalmente, ingressou no sistema offset.
Entre as primeiras evoluções relacionadas à impressão do jornal Tribuna do Norte está a substituição de um prelo que imprimiu exemplares desde 1882 até, provavelmente, o ano de 1913, quando foi substituído por uma máquina de fabricação francesa, a velha Alauzet.
O prelo
Sobre este primeiro prelo, que serviu à impressão do jornal até o início da segunda década do ano de 1912, lembramos um artigo do Dr. Matheus Romeiro Neto, neto do Dr. João Romeiro, denominado “O primeiro diretor da Tribuna do Norte”, publicado na edição de 11/6/1988. Nele, o autor refere-se a uma carta, datada de 17 de maio de 1882, portanto, a menos de um mês do 11 de junho, data do primeiro número. Na carta, João Fernando de Moura Rangel, o primeiro diretor, presta contas ao primo João Romeiro, de sua viagem ao Rio de Janeiro com a finalidade de adquirir um prelo para a impressão da Tribuna. Sobre a aquisição, conforme esclarecia na carta Moura Rangel, a compra teria sido realizada pela importância de 1.500$00 (um conto e quinhentos mil réis).
Sobre a histórica aquisição, o articulista transcreve trecho da referida carta enviada a João Romeiro por seu primo e primeiro diretor da Tribuna: “Comprei um prelo marca B e que dá o formato conforme Vosmecê quer, ficando tudo por 1.500$000, e não comprei prelo marca A por não ter encontrado, como também, fazer grande diferença. Creio que a tipografia aí montada por esse preço e tudo bom não desagradara Vosmecê”.
“É o prelo que se encontra no Museu Histórico D. Pedro I e Dona Leopoldina”, revela no artigo o Dr. Matheus Romeiro Neto.
A Alauzet
Em sua edição de 26/8/1972, a Tribuna noticia a aquisição de sua primeira impressora elétrica e, por conta dessa melhoria, a doação da Alauzet ao Museu Histórico e Pedagógico Dom Pedro I e Dona Leopoldina. Recorda o mesmo artigo que a Alauzet teria pertencido ao jornal “A Luz”, de Aparecida, antes de passar a servir à Tribuna no ano de 1912.
Com relação ao ano que refere, acreditamos que tenha sido 1913, não 1912. O que nos faz assim pensar é o fato de havermos pesquisado as edições TN no ano mencionado e não termos encontrado nenhuma nota referente à aquisição de tal impressora. Pelo contrário, encontramos que em 1912 o jornal andou deixando de circular por conta de problemas com a impressão. E que caminhava já o ano de 1913 para seu final e a Tribuna ainda continuava claudicante em sua caminhada, tornando-se comum a explicação: “Devido ao mau funcionamento da nossa máquina, não pudemos publicar o nosso jornal de domingo e o fazemos hoje.”
Porém, na edição de 23/11/1913, em artigo comunicando o encerramento de mais um ciclo à frente do jornal Tribuna do Norte, o diretor Américo de Faria revela que o jornal havia adquirido nova oficina e tivera completamente reformado seu material tipográfico. De onde, ainda que não tenha mencionado, acreditamos que fora quando finalmente haviam substituído o prelo pela Alauzet.
Linotipos
Sobre a troca do sistema letra por letra, tipo por tipo pela composição a quente, na Tribuna, de acordo com pesquisa no arquivo de edições, a primeira linotipo do jornal Tribuna, máquina que proporcionaria a evolução do sistema “letra por letra e linha por linha” pela composição a quente (a partir do chumbo derretido), foi adquirida em 1981, quando o jornal completava 99 anos de existência e funcionava nos baixos do Palacete 10 de Julho, sede da Prefeitura (o presidente da Fundação era o jornalista e advogado Dr. Francisco Piorino).
Em 1986, durante o governo municipal João Bosco Nogueira, na mudança do jornal dos baixos do Palacete 10 de Julho (prédio da prefeitura) para rua dos Bentos, 450, foram adquiridas cinco linotipos (sendo uma especialmente para composição dos títulos das matérias), enriquecendo o parque gráfico do jornal.
Nessa época, era presidente da Fundação o Dr. Francisco Piorino, tendo como jornalista responsável o Aércio Muassab. Foi a fase que a Tribuna se tornou, pela primeira vez, jornal diário.
As linotipos reinaram até 1997, quando o jornal aderiu ao sistema de impressão Offset, dando adeus aos “anos de chumbo”. Máquinas e material gráfico até então utilizados foram substituídos por computadores e demais equipamentos necessários à nova forma de impressão. Nesse ano, o presidente da Fundação Dr. João Romeiro era o jornalista João Paulo Ouverney.