
No Brasil, o primeiro evento em homenagem às árvores aconteceu na tarde do dia 7 de junho de 1902, no pavilhão da Câmara Municipal de Araras-SP. Segundo ficou registrado na ata da inauguração solene daquela Festa das Árvores, a data comemorativa foi criada por força de leis municipais da mencionada cidade paulista “com o fim de promover pelo exemplo a plantação e conservação de árvores, agindo como meio de propaganda por este culto necessário”.
Aquela sublime ação em favor do meio ambiente ainda no início do século passado, que teve à frente o pindamonhangabense Dr. João Pedro Cardoso, de fato cumpriu seu objetivo e a natureza, representada pelas árvores, passou a ter seu dia de veneração. O evento “Festa das Árvores” começou a ser celebrado em outros municípios até surgir o Dia da Árvore, 23 de setembro, data nacionalmente comemorada.
Para José Lelis Nogueira, da Academia Pindamonhangabense de Letras, “ao idealizar essa festa, João Pedro Cardoso intencionava perpetuar a ideia de um evento nacional anual, a exemplo do ‘Arbor Day’ americano, realizado pela primeira vez em 10 de abril de 1872, no estado de Nebraska, por iniciativa de Julius Sterling Morton”. Como no Brasil a primavera começa em 21 de setembro, ficou essa data consagrada como sendo o nosso “Arbor Day”, o nosso Dia da Árvore.
Fato curioso relacionado a essa comemoração diz respeito à diversidade climática do país de acordo com suas regiões. Sobre isso, Lelis lembra que “no Norte e Nordeste do país, setembro coincide com uma época de seca caracterizada por acentuada queda da umidade relativa do ar e do índice pluviométrico, tornando o período impróprio para o plantio de árvores”.
Segundo Lelis, “foi por conta disso que o presidente Castelo Branco sancionou, em 24 de fevereiro de 1965, o decreto-lei instituindo a ‘Festa Anual da Árvore’ para todo o Norte e Nordeste com comemoração no mês de março, quando as condições climáticas e fisiogeográficas são favoráveis”.
Pela vontade do escritor e advogado, Dr. Francisco Piorino Filho, o famoso pindamonhangabense teria sido homenageado também em selo expedido pelos Correios e Telégrafos. A ideia de Piorino era propagar o feito de João Pedro Cardoso por intermédio do lançamento de um selo comemorativo ao centenário da 1ª Festa da Árvore do Brasil – 1902/2002.
Em nome da Academia Pindamonhangabense de Letras, entidade a qual era presidente em 2002, Piorino chegou até a elaborar o tal selo. A iniciativa já havia sido acatada e apoiada pelos prefeitos e presidentes da Câmara de Vereadores de Pindamonhangaba e de Araras. Infelizmente, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, através de sua Comissão Filatélica, indeferiu o pedido da emissão do selo.