Natural da pequena Delfim Moreira, localizada no extremo Sul de Minas, município hoje com 8.000 habitantes que se destaca pelas opções de turismo rural e ecoturismo, José Benedito Coura tinha ainda 20 anos quando precisou trocar a sua bucólica cidade natal pelo Vale do Paraíba no Estado de São Paulo…
Embora fosse filho único de dona Áurea e do seu Benedito Marcondes, desde os 13 anos José Benedito Coura já demonstrava maturidade suficiente para encarar compromissos com uma vida laboriosa e com novos aprendizados. Além de ajudar o avô, proprietário de uma torrefação de café, era jovem aprendiz no Banco Nacional de Minas Gerais, na unidade instalada em Delfim Moreira. Colocação que conquistara pelo mérito estudantil. Fora o escolhido por conta de haver concluído o curso primário com distinção, fora o único que recebera a nota dez, e a diretora o indicara como merecedor daquela vaga que o banco oferecia.
Também na terra onde nascera conseguiu, em uma indústria alimentícia, o seu primeiro emprego com carteira assinada. Era ainda menor de idade, estava com 15 anos.
Primeiro voo
A preocupação do menino José Benedito, no entanto, era a de evoluir, crescer, aprender… Aquela cidade não podia lhe oferecer isso. Naquele tempo não podia oferecer o curso sequente ao primário. Ele, pássaro já emplumado e sem medo de alçar o primeiro voo, trocaria as acomodações carinhosas do ninho pela vida aventureira que se descortinava lá fora, cheia de oportunidades, aperfeiçoamentos, aprendizados… conquistas.
Cachoeira Paulista
Foi assim que em 1957, então com 20 anos, trocou sua encantadora Delfim de montanhas onde cantam cachoeiras de águas cristalinas por uma só cachoeira, Cachoeira Paulista! A simpática cidade da região metropolitana do Vale do Paraíba do Estado de São Paulo. Estabelecido no histórico município ali trabalhou em diversos estabelecimentos, de auxiliar de escritório passou a atuar como escriturário. Ali conheceu e se casou com Maria da Conceição, que também era de Minas, mineira de Itamonte. Ali também foi pai.
Em 1966, aprovado em concurso, ingressou como escriturário do Banespa – Banco do Estado de São Paulo. Como bancário, devido às promoções alcançadas durante sua produtiva vida profissional, chegou à posição de chefe de serviço, por consequência, foi designado para agências de diferentes municípios do estado. Trabalhou em Caçapava, Cruzeiro, Tatuí e Itapeva.
Da longínqua Itapeva, município que chegou a residir por seis meses, conseguiu transferência para Guaratinguetá, mas, antes que assumisse essa agência recebeu o comunicado que seu destino seria outra cidade, seria Pindamonhangaba!
Na “Princesa do Norte” foi pra ficar
Em janeiro de 1975, designado para gerenciar a agência Banespa de Pindamonhangaba, fixou residência neste município. Não deixou de morar em Pinda nem mesmo quando o banco precisou que ele assumisse a agência de Queluz de junho a outubro de 1984. Foi em Queluz que concluiu o tempo de serviço que lhe dava direito à aposentadoria.
Aposentado, continuou prestando seus serviços em Pindamonhangaba. Exerceu sua prática contábil em alguns estabelecimentos (foi convidado a ocupar o cargo de diretor financeiro em uma das diretorias eleitas para administrar o Paineiras Country Clube; foi contador no escritório de Roberto Morgado, até que recebeu o convite para integrar o quadro profissional da centenária Santa Casa.
Homenageado
Na Santa Casa atuou como técnico de contabilidade autônomo de 1989 a 1991, passando a contador de 1992 a 2020. Ingressou na provedoria do Dr. Alberto Monteclaro Cesar e saiu na de Luiz Carlos Loberto, o Cacaio. Nessa casa de saúde, lembra, sempre contou com a credibilidade, apoio e atenção de Camilo Alonso (administrador da Santa Casa até 2019) no desenvolvimento de seu trabalho. Em agosto deste ano (provedoria de Décio Prates da Fonseca), durante a solenidade comemorativa aos 161 anos de existência dessa entidade (segunda mais antiga de Pindamonhangaba), José Coura foi um dos homenageados pelos bons serviços a ela prestados.
A família Coura
Dos cinco filhos de dona Maria Conceição e seu Coura: João Carlos, Letícia, José Celso, Júlio Cesar e Luciana, apenas o Júlio Cesar seguiu a carreira do pai, referindo-se à função bancária. Estimadamente conhecido por Julinho do “banquinho da prefeitura”, seu filho aposentou-se trabalhando na agência do atual Santander instalada no prédio do Executivo Municipal. Foi funcionário muito querido pelos colegas de serviço e pelos clientes, principalmente os servidores públicos municipais. Seus dois irmãos se profissionalizaram na engenharia e as irmãs na arquitetura, todos, devido aos respectivos esforços e estudos, bem colocados.
O jardim de Maria
Por diferentes motivos colocada no caminho de muitos, Pindamonhangaba também tem sido por muitos a cidade escolhida pra última morada, tal se aplica ao mineiro de Delfim Moreira. Morando no Jardim Rosely desde 1975, seu Coura é “prata de fora que também reluz”. Cidadão que desde que aqui chegou muito contribuiu com o município com seu trabalho, sua vida social e atividades necessárias à criação dos filhos. Não foi omisso no exercício da cidadania, não foi relapso no cumprimento de seus deveres de bom cidadão contribuinte.
Da sua querida e inesquecível Maria da Conceição ele tem como adorada lembrança, e ele agradece por isso, o jardim, as plantas… as flores que ela, com extremado amor, cultivava… Hoje cuidando desse jardim, recorda, quando ela teve problemas com a saúde e precisou de internação. Hospitalizada, quando nos momentos em que desfrutava de sua presença, não deixava de orientá-lo quanto aos cuidados diários que ele deveria dedicar às plantinhas. Quais necessitavam de mais ou de menos água…
Há muito um dos assíduos leitores do jornal Tribuna do Norte, José Benedito Coura, o “seu Coura”, prefere a edição impressa, segundo ele, “É mais prático, posso parar a leitura e retornar sem precisar acionar o notebook”. E acrescenta, “com a Tribuna me mantenho informado sobre as principais notícias do município e as de interesse geral, o que é muito bom”.