Escrevo essa coluna como quem sente a finitude e a eternidade. São sensações distintas, mas se olharmos através do microscópico cósmico, elas são inseparáveis. Assim como os opostos — Sol e Lua, noite e dia — é como se um não existisse sem o outro.
A brevidade da vida, desse instante, deste milésimo de segundo, assim como a eternidade desta alma que vos escreve, faz parte de um único saber que carrego no coração e sinto cada vez mais. Porque, na verdade, quem escreve não é a Daya, é o que ela carrega de história e aprendizagem, antes de ser chamada de Daya.
“Daya” significa “misericórdia” e/ou “bondade”, e é só a manifestação material do que aquele ser invisível e potencial, chamado de centelha divina, carregava antes de nascer neste mundo e ser gestado na barriga da mãe. (E por que eu fui gerada naquela barriga e não em outra? Terá eu escolhido? Ou Deus me deu exatamente o que eu pedi? Ou quem sabe o que eu precisava para manifestar a minha essência com maestria?).
Aprendi tanto com minha mãe e com meu pai. Aprendi mais com o que eles não tentaram me ensinar do que com o que se esforçaram para me mostrar. A vida é tão misteriosa e mágica, não é?
A dor, quando vem, pode ser tão transformadora, tão visceral e sangrenta, feito parto. É feito dar à luz. Pode-se sofrer bastante antes da contemplação, mas também pode entender e sentir na pele que tudo passa.
Uau, por quantos processos eu já passei nesta existência? E você? De tudo de bom e ruim que você já passou nesta vida, o que ficou de essencial? O que você tem se tornado?
Olha, se você não está se tornando melhor, mais bondoso, mais gentil, mais caridoso, mais honesto, mais solidário, então afirmo que vive uma vida em vão.
Mas é exatamente nesse agora que o milagre pode se manifestar, se nos abrirmos para ele! Dói se tornar melhor? Dói abrir mão do seu egoísmo e da sua ganância, não é?
Sugiro que faça uma respiração profunda e reflita sobre o sentido da sua vida. Pois esse agora é tão precioso e tão potencial quanto a eternidade. Cuidado com o que você planta, semeia e rega.
Com amor,
“Daya essencial”