
Relembrando os tempos em que exemplares do jornal eram impressos graças aos braços dos “maquinistas da Tribuna”
Peça histórica, responsável pelas edições do jornal Tribuna durante 60 anos, a impressora Alauzet encontra-se desde o início dos anos 70 no Museu Histórico Dom Pedro I e Dona Leopoldina, em sala que guarda outros itens que, igualmente, foram imprescindíveis à sobrevivência deste jornal e hoje são carinhosamente guardados em espaço dedicado à memória deste periódico.
É da edição de 11 de junho de 1968, quando a Tribuna completava 86 anos de existência, um artigo de Argemiro Cypriano recordando a “boa gente” que, em diferentes atividades, participaram de sua gloriosa história.
Do referido artigo, destacamos nesta edição aquilo que dizia respeito aos “maquinistas”, ou seja, àqueles que tiveram como ofício “virar a manivela” que movimentava a velha máquina fazendo, na força de seus braços (tração humana), a impressão dos exemplares da Tribuna.
Argemiro conta no tal artigo que: “Foram maquinistas da velha impressora Alauzet, que ainda hoje presta serviço, os nossos amigos já falecidos: Lucídio Franklin de Souza, João Carioca, José Antunes – ‘Zé Zebu’ – os irmãos gêmeos Horácio e Virgílio Miranda, Gabriel Monteiro, Aristides de Oliveira, João dos Santos, Orlando Cruz e o seu Serafim. O atual maquinista é o senhor Antonio Claro, diarista da Prefeitura”.
O “…ainda hoje” mencionado pelo articulista era no ano de 1968. No tempo deste escrito, a velha máquina francesa ainda teria mais quatro anos de funcionamento na oficina do jornal.
Alauzet reimprimiu edição nº 1
Interessante curiosidade refere-se ao maquinista Antonio Claro, mencionado por Argemiro como aquele que era responsável pela impressão em 1968. Ele foi um dos convidados para a reimpressão, na prestimosa Alauzet, da edição número 1 em evento realizado no museu em junho de 1989.
A tal reimpressão era uma das atrações comemorativas aos 107 anos de existência do jornal Tribuna. O evento, realização da Fundação Dr. João Romeiro (presidente era o Dr. Francisco Piorino Filho) e Museu Histórico e Pedagógico Dom Pedro I e Dona Leopoldina (o diretor era o Dr. João Laerte Salles), reuniu autoridades e convidados.
Os responsáveis por colocar a Alauzet de novo em ação foram Antonio Claro, “virador da máquina durante 20 anos”, e Welton Cypriano de Oliveira, um dos filhos de Argemiro Cypriano que havia trabalhado com o pai “fazendo” novas edições do jornal. Para auxiliar naquela impressão solene e histórica, participou João Francisco (filho de Antonio Claro).
A referida edição havia sido composta (conforme a original) na semana anterior, com ajuda das linotipos. Oficina gráfica e redação eram na Rua dos Bentos e a composição havia sido graças a um trabalho incessante e caprichoso dos funcionários do jornal na época.








