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Coronel Salvador Fernandes, o bandeirante…

“Nos coldres levava o seu par de pistolas, canos de bronze e aparelhados de prata”

ALTAIR FERNANDES CARVALHO

Página de História desta edição recorda o Coronel Salvador Fernandes Furtado. Um dos bandeirantes destacado pelo escritor historiador, advogado Dr. Waldomiro Benedito de Abreu (1914-1999) em sua obra Pindamonhangaba – Tempo e Face (Editora Santuário, Aparecida-SP, 1977), no capítulo dedicado aos bandeirantes pindamonhangabenses.

Sertanista intrépido, amante e culto, Salvador Fernandes Furtado nasceu em Coruputuba, local na época conhecido como “Porto de Curupaitiba”, quando Pindamonhangaba ainda era Freguesia, terras pertencentes a Taubaté. Filho do capitão Manoel Fernandes Yedra e de Maria Cubas, foi sua esposa dona Maria Cardoso, com a qual teve cinco filhos.

Em suas cavalgadas pelos sertões levava consigo suas escravas Bárbara e Andresa. Uma era índia e a outra, mameluca. Ambas eram também suas amantes e das quais deixou muitos filhos, mencionados no seu testamento.

Sobre as duas companheiras de aventuras do intrépido coronel, conta o inesquecível historiador, na obra acima mencionada: “Acompanharam-no sempre nas andanças do sertão, sem que o fato encerre qualquer nota escandalosa ou desabonadora, em virtude dos costumes da época e das normas da vida bandeirante.”

Segundo Waldomiro de Abreu, Salvador Fernandes Furtado confirmou em testamento “a alforria que dava a suas escravas, bem como a todos os filhos delas”. Como prova de sua gratidão a quem estivesse ao seu lado, teria legado 200 oitavas de ouro em pó à alforriada chamada Andresa, explicando no testamento que eram “pelos serviços dela que há tantos anos tenho recebido e o que mais pelo amor de Deus Nosso Senhor.”

Inclinação para os estudos

Revela ainda Waldomiro, no capítulo referente a esse interessante bandeirante das terras da princesa, que foi um dos mais opulentos fazendeiros, descobriu muitas minas e edificou inúmeras capelas. Pessoa dotada de extremo caráter bondoso e previdente, distinguia-se por sua inclinação para os estudos.

Em suas andanças pelos sertões, o coronel Fernandes Furtado carregava consigo as “Ordenações do Reino” (encadernadas e conservadas em pasta com friso de ouro) e a “História Social” em seis volumes e mais 27 livros, todos encadernados em pergaminho.

Escreveu seu testamento em sua fazenda na paragem do Rio do Peixe, freguesia de São Caetano, distrito da Vila do Carmo, onde ocupava o cargo de Juiz ordinário.

Desse culto bandeirante, graças ao escritor Waldomiro em seu importante livro, ficamos sabendo que a esposa, dona Maria Cardoso, morava em Pindamonhangaba (provavelmente em Coruputuba) e só teria ido para Minas em 1711. E que Bento Fernandes, um de seus filhos, foi quem forneceu ao inconfidente Dr. Cláudio Manoel da Costa os apontamentos para o poema “Vila Rica”.

Concluímos mencionando o pitoresco e interessante costume do coronel bandeirante quando, em ocasiões solenes, ia à Vila: “Nos coldres levava o seu par de pistolas, canos de bronze e aparelhados de prata; montava seu alazão arreado com sela de pele de onça, coxim de marroquim, xareu e bolsão de veludo bordado a retrós amarelo; o freio era de prata reluzente.”

O coronel Salvador Fernandes Furtado foi sepultado aos 21 de junho de 1725.

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