
Na história da Corporação Musical Euterpe, um capítulo recente é o seu coral. Criado em julho de 2018, apresentou-se pela primeira vez no Teatro Galpão durante a solenidade dos 193 anos da banda civil mais antiga das Américas!
No passado, a banda possuía no seu quadro de músicos vozes femininas como cantoras. Ao resgatar essa história, a Corporação Musical Euterpe em 2019, por sugestão de Libna Araújo – tesoureira e coordenadora dos projetos da corporação –, faz uma justa homenagem à autora do livro “A Fiel Depositária Euterpe”, batizando-o de “Coral Dona Júlia San Martin Boaventura”.
A obra, publicada em 2016, é fruto de anos de pesquisa da insigne professora e traz a banda como protagonista de sua própria história, narrando os fatos que compuseram a sua louvável trajetória em Pindamonhangaba. Além de ter escrito essa singular obra historiográfica, Dona Júlia aniversaria no mesmo dia da Euterpe!
A partir de janeiro de 2023, a musicista, professora, soprano e maestra Denise Graziele de Lima assumiu a regência do coral, permitindo que um número maior de coralistas participasse dos ensaios e apresentações. Atualmente, conta com 45 componentes de 18 a 75 anos de idade.
Sabemos dos ganhos advindos dessa prática de expressão artística e cultural, oriunda das primeiras décadas da era cristã e difundida nos quatro cantos do mundo. Cantar em grupo propicia benefícios que vão além da saúde mental e emocional: amplia a comunicação, melhora a respiração, reduz a ansiedade e o estresse, favorece a socialização, o humor e as práticas de trabalho em equipe. Mais do que apenas cantar, essa prática envolve coordenação, controle vocal, memorização e conexão com os colegas, funcionando como um verdadeiro treino para o corpo e a mente.
Para a Corporação Musical Euterpe, os benefícios de se ter um coral são inigualáveis tanto em relação ao aparato técnico de sua grade musical, uma vez que algumas peças precisam de banda e coral, quanto ao seu trabalho social: a aproximação da banda com a comunidade, a difusão do conhecimento musical para um público diversificado e a divulgação de suas ações em outros municípios.
Desde sua criação, o “Coral Dona Júlia San Martin Boaventura” realizou apresentações em diversas festividades cívicas e culturais do calendário anual da Secretaria de Cultura e Turismo de Pindamonhangaba e, também, representou o município em festivais sediados em Taubaté, Atibaia, São Francisco Xavier, Campos do Jordão e Conservatória – RJ.
Os que já tiveram a oportunidade de prestigiar uma de suas apresentações presenciaram um trabalho vocal de altíssimo nível, como o que ocorreu na cerimônia comemorativa do Bicentenário – Plaza Hotel, 21 de agosto de 2025 – fruto do empenho de sua maestra que, definitivamente, inscreveu a batuta de Denize Grazy e o nome de cada coralista num dos capítulos mais importantes da história da bicentenária banda de Pindamonhangaba!
Ao som da Banda Sinfônica, executaram quatro peças: Todo Sentimento – Chico Buarque, arranjo de Eduardo de Carvalho; City Called Heaven – Mahalia Jackson, arranjo de Josephine Poelinitz, solo de Rebeca Bandioli; e Festival Sanctus – John Levitt.
A maestra Denise Grazy afinou as cordas da alma para revelar-nos que o seu sonho é elevar o nível técnico de seus coralistas, remunerando-os e ampliando o número de integrantes do “Coral Dona Júlia San Martin Boaventura” para muito além das páginas do álbum de retratos sonoros da Corporação Musical Euterpe, banda que atravessou dois séculos e que se jovializa todos os dias por meio de seu trabalho social e cultural em prol da música popular e erudita em Pindamonhangaba!