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Como anda a saúde do professor?

Ser professor, num país que pouco cuida e valoriza os seus profissionais, é um ato de amor, dedicação ao próximo e também de resistência. A saúde dos professores brasileiros enfrenta uma crise silenciosa, que recai sobre sua qualidade de vida. A sobrecarga de trabalho, o estresse, o adoecimento físico e emocional estão cada vez mais comuns. É de urgência repensar cuidados e políticas de apoio a estes profissionais.

A profissão docente está entre as mais afetadas por transtornos mentais no Brasil. Estima-se que cerca de 460 mil professores da educação básica trabalham em mais de uma escola, enfrentando jornadas extensas que dificultam o cuidado com a própria saúde. A sobrecarga, a pressão por resultados, a falta de valorização e o ambiente escolar muitas vezes hostil faz com que o cérebro esteja constantemente em estado de alerta, o que, ao longo do tempo, leva a quadros de ansiedade, insônia, irritabilidade, dificuldade de concentração, sensação de esgotamento emocional e depressão.

Outro sentimento cada vez mais presente nas salas de aula é o medo. Professores relatam insegurança diante de situações como violência e conflitos dentro e fora das escolas, agressões verbais ou físicas de alunos e responsáveis, a falta de apoio institucional, além das incertezas sobre a estabilidade na carreira e valorização profissional.

Além do desgaste psicológico, os professores sofrem com problemas físicos como dores musculares, fadiga crônica e distúrbios vocais. O uso prolongado da voz em salas de aula sem estrutura adequada, somado à falta de pausas, agrava esses quadros.

A rotina de quem ensina é intensa, longas horas em pé, muitas vezes com salas mal ventiladas e superlotadas, períodos prolongados em correção de provas e planejamento fora do horário de aula fazem parte do cotidiano.

Segundo pesquisas recentes, cerca de 60% dos professores relatam dores musculoesqueléticas, principalmente em regiões como coluna lombar ou cervical, ombros e pernas. Casos de lombalgia, associados a protusão ou hérnia discal são comuns devido longo período em posição inadequada; em ombros são frequentes as tendinites e bursites, devido uso de lousas; em punho e mão, a síndrome do túnel do carpo é corriqueira, devido horas escrevendo ou corrigindo provas; e nas pernas, a exposição por horas em pé, pode acelerar o processo das artroses em joelhos.

A postura prolongada em pé ou sentada, associada ao estresse, à falta de pausas adequadas e a falta de tempo para realizar exercício físico, contribui diretamente para esses problemas. Para enfrentar esse cenário, é fundamental que os professores adotem práticas de autocuidado e que as instituições ofereçam suporte efetivo.

Faz-se importante estabelecer limites claros de trabalho e respeitar horários de descanso; praticar atividades físicas regulares pois ajudam a reduzir o estresse e melhorar a saúde geral; buscar apoio psicológico através de terapias, grupos de escuta e espaços de acolhimento são fundamentais para lidar com a pressão emocional; cuidar da voz com hidratação constante, pausas vocais e acompanhamento com fonoaudiólogos são medidas importantes. Além disso, alimentação equilibrada e sono adequado são pilares básicos para manter a energia e a imunidade em dia.

Mais do que ações individuais, é preciso que gestores de escolas, governos e a sociedade reconheçam o valor do professor e invistam em condições dignas de trabalho, programas de saúde ocupacional e políticas de valorização profissional. Sem isso, o adoecimento dos professores continuará sendo uma realidade para a educação brasileira.

Saúde & Bem estar

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