Em meio a tanta guerras, sangue e morte, ansiamos pela paz? Nos movemos em direção a ela? Qual o nosso primeiro pensamento ao despertar? E a palavra que sai da tua boca? Quais as suas ações em prol da paz? A paz no lar, a paz no trabalho, a paz nas relações?
O que me parece é que desde que o mundo é mundo há confrontos por territórios e guerras sangrentas motivadas pela ganância, desejo de poder, fanatismo, extremismo religioso e afins. O homem, apartado do divino, mata em nome de Deus. Daí, a importância do cultivo da espiritualidade.
E espiritualidade não significa, necessariamente, ter uma religião. Mas, certamente, o homem que se liga novamente (religião, do latim “religare”) à fonte divina, está cultivando a sua espiritualidade. A espiritualidade refere-se à experiência com o que transcende os aspectos cotidianos da vida, enquanto a religiosidade se refere à expressão da própria espiritualidade, (podendo ou não estar vinculada a alguma religião).
Sem o cultivo da espiritualidade a saúde integral do ser humano, fica comprometida. Isso é fato observável, em consultório. Os pacientes que incorporam em sua vida o cultivo da espiritualidade e a dimensão do sagrado, melhoram de forma mais efetiva e duradoura.
O cultivo da espiritualidade é como um exercício de fé realizável através de experiências práticas e /ou vivências como, por exemplo, o simples fechar dos olhos (favorece o desligar-se das coisas do mundo), a contemplação do silêncio, enquanto se produz no semblante um leve sorriso. Permaneça assim por alguns minutos. Essa simples prática, altera a fisiologia, além de trazer uma percepção maior da respiração, das sensações no corpo, deixando-nos mais presentes no aqui e agora, e produzindo substâncias no organismo capazes de melhorarem a nossa saúde.
Apesar das pesquisas sobre a neurociência da espiritualidade ainda serem esparsas, mais de 80% das pessoas do planeta, se consideram religiosas ou espiritualizadas.
Em 2021, cientistas americanos realizaram um estudo, onde afirmam terem encontrado no cérebro o “lar” das experiências espirituais. Michael Ferguson e seus colegas do Brigham and Women’s Hospital (EUA) usaram “ uma técnica chamada mapeamento de rede de lesões, que permite mapear comportamentos humanos complexos para circuitos cerebrais específicos com base na localização de lesões cerebrais em pacientes.
A conclusão da equipe é que a espiritualidade ativa um circuito cerebral específico, a substância cinzenta periaquedutal (PAG), uma região do tronco cerebral envolvida em várias funções, incluindo o condicionamento do medo, a modulação da dor, comportamentos altruístas e até o amor incondicional”, afirmou Ferguson. “Nossos resultados sugerem que a espiritualidade e a religiosidade estão enraizadas na dinâmica neurobiológica fundamental e profundamente entrelaçadas em nosso neurotecido” disse Ferguson. “Ficamos surpresos ao descobrir que este circuito cerebral para a espiritualidade está centrado em uma das estruturas do cérebro mais preservadas do ponto de vista evolucionário.”
Enfim, os resultados desse estudo apontam para as raízes profundas das crenças espirituais em uma parte do nosso cérebro que está envolvida em muitas funções importantes. E você, tem cultivado a sua espiritualidade? Eu desejo que sim. Não só por você, mas por um mundo mais amoroso. Experimenta! Com amor, Daya.