O Bosque da Princesa, com sua singular beleza, guarda uma história de mais de 150 anos que poucos pindamonhangabenses conhecem. Fundado em 1868, inicialmente recebeu o nome de “Largo do Porto”, em razão do porto fluvial que havia no local, onde atracavam embarcações trazendo alimentos, lenha e pescadores que aqui vinham vender seu pescado.
Um ano depois da sua fundação, o porto foi desativado devido à construção da Estrada de Ferro Central do Brasil, que assumiu grande parte do transporte das mercadorias do Vale do Paraíba aos grandes centros urbanos do país em sua rede ferroviária. Por esse motivo, em sessão de 3 de abril de 1869, a Câmara de Pindamonhangaba aprovou a mudança de nome do local para “Largo do Ipiranga”, lembrando a participação dos “pindenses” da Guarda de Honra de D. Pedro no 7 de setembro de 1822.
Por uma década, perdurou a homenagem de nossos políticos ao Grito do Ipiranga. Em 1879, passou a denominar-se “Praça Cidadão Cornélio Lessa”, em gratidão ao ilustre filho da cidade Cornélio Bicudo Varella Lessa – Juiz de Paz, Vereador e Delegado de Polícia. Na política, foi um grande liberal e, graças ao seu prestígio, conquistou inúmeros benefícios para a Princesa do Norte: alargamento e arborização de ruas, reforma dos prédios do teatro, da câmara e da matriz.
Desde 1952, através da Lei 113, de 28 de maio, recebeu o nome que nós conhecemos atualmente – “Bosque da Princesa” –, em homenagem à Princesa Isabel e gratidão ao seu pai, Dom Pedro II, que, em visitas frequentes aos fazendeiros da Princesa do Norte, presenteou-nos com espécies nativas e exóticas originais do Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Nessa época do Império, o bosque foi visitado pelo casal imperial Conde D’Eu e Princesa Isabel.
Entre as várias espécies existentes no parque, há o pau-brasil, o jambolão, tamarindo, palmeiras imperiais, cajá-manga, araçá e outras mais, além de uma mina d’água natural, que brota do terreno acima, onde está localizado o Museu Histórico Pedagógico Dom Pedro I e Dona Leopoldina. A mina forma três lagos, repletos de tilápias.
Nas décadas posteriores, o Bosque da Princesa passou por diversas reformas e melhorias. Em 1970, foram construídos um parque infantil, sanitários, três lagos com duas pontes, o belo coreto de ferro fundido trasladado da Praça Monsenhor Marcondes e vários bancos simulando troncos de árvores para você descansar e apreciar a bela paisagem.
No local, por muitos anos, encontrava-se a 1ª Biblioteca Municipal de Pindamonhangaba, a Vereador Rômulo Campos D’Arace, considerada uma das melhores do estado, transferida em 2023 para a rua Dr. Campos Sales, no centro de Pindamonhangaba.
Em 2007, o Bosque da Princesa passou por um programa de revitalização com o mapeamento de 669 mudas de 53 espécies de árvores. Recebeu também nova iluminação e melhoria de toda sua infraestrutura para visitação e práticas esportivas.
No local, também acontecem programas culturais como o “Domingo no Bosque”, “Luar no Bosque”, “Pescaria no Bosque”, além de apresentações musicais e teatrais, capoeira, dança circular, e, também, uma feira de artesanato local.
É um recanto aprazível e de rara beleza em Pindamonhangaba, ideal para passeios com a família, prática de esporte ou de meditação, leitura de um bom livro sob a sombra de árvores exóticas e seculares, ou apenas para curtir a natureza e contemplar o pôr do sol às margens do Rio Paraíba do Sul.
O Bosque da Princesa fica aberto diariamente, e a entrada é gratuita.
Visite, aprecie e contemple suas riquezas!