
do Castolira

de Araújo

Dona Carminha


Pinda e Unifunvi


Rômulo Camos D´Arace
Hoje, dia 12 de março, poderia ser apenas mais um dia comum, mas carrega um grande significado. Foi por meio da instituição do Decreto 84.631, publicado em 12 de abril de 1980, que essa data se tornou oficialmente o Dia do Bibliotecário no Brasil. A escolha foi feita em homenagem ao nascimento de Manuel Bastos, poeta, escritor e considerado o primeiro bibliotecário concursado do país.
Diante da crescente popularidade dos clubes de leitura em todo o país e do receio de que a tecnologia possa, um dia, substituir os livros físicos, resolvemos destacar alguns desses profissionais que atuam em Pindamonhangaba, contribuindo para o acesso à informação e à cultura.
Para tornar este dia ainda mais especial, conversamos com algumas bibliotecárias da cidade. Anna Claudia Barros, Rosi Cardoso e Carmen Lidia Zaitune, que atuam em bibliotecas municipais, ressaltam a importância da profissão, que vai muito além da organização de livros. Em um mundo cada vez mais digitalizado e globalizado, o bibliotecário se tornou um elo fundamental na gestão da informação, no acesso ao conhecimento e na promoção da educação e da cultura.
“Fornecemos acesso a informações, estimulamos a curiosidade e contribuímos na adesão ao conhecimento e à exploração de ideias”, enfatiza Anna Claudia, que trabalha na Biblioteca Pública Municipal Maria do Carmo, localizada no bairro Castolira.
A profissão de bibliotecário não se restringe apenas às bibliotecas públicas. Victória Lisa Barbara, que atua na ETEC João Gomes de Araújo, destaca os desafios do dia a dia. “Como bibliotecária escolar, meu principal desafio é acompanhar a constante evolução das tecnologias e as novas tendências. Assim, posso compreender melhor as necessidades e demandas dos alunos e oferecer um suporte eficaz”, afirmou.
Ela também destaca o papel do bibliotecário como mediador cultural, sendo responsável por conectar pessoas ao conhecimento. “Levamos cultura e saberes à nossa comunidade. Agimos como facilitadores no espaço em que atuamos, um lugar vivo, que estimula a curiosidade, o aprendizado e a troca de ideias. Quando promovemos o acesso à informação e à cultura, estamos contribuindo para a democratização do conhecimento e para o desenvolvimento intelectual e cultural”, explicou.
Carmen Lúcia de Castro Cabral, bibliotecária na unidade da Novelis em Pindamonhangaba, acredita que a leitura é um dos pilares do desenvolvimento da comunicação e do pensamento crítico. “Além disso, ajuda a desenvolver a criatividade, a imaginação, estimula o raciocínio e melhora o vocabulário. A leitura nos permite viver em mundos diferentes e vivenciar experiências que vão além do real, mas que dialogam com a realidade”, enfatizou.
Para Carmen Zaitune, o futuro da profissão exige adaptação às mudanças tecnológicas e ao comportamento das novas gerações. “O bibliotecário terá um papel maior na gestão de informações digitais e será mais ativo na educação, ajudando as pessoas a desenvolverem habilidades para lidar com a tecnologia. As bibliotecas se tornarão espaços cada vez mais colaborativos e culturais, sempre evoluindo para atender às novas necessidades da sociedade”, disse.
A existência dessa data marca um passo importante para a valorização e o reconhecimento de uma profissão que, embora muitas vezes despercebida, é essencial para o desenvolvimento intelectual e social da sociedade.
Mas essa profissão vai desaparecer?
No passado, o bibliotecário era visto como o guardião de estantes repletas de livros, um curador silencioso da palavra escrita. No futuro, será um navegador do vasto oceano digital, um arquiteto da informação.
Se a inteligência artificial é capaz de reorganizar dados, o bibliotecário é quem os interpreta. Ele não apenas indica um livro, mas constrói caminhos entre saberes dispersos. Se antes catalogava fichas de papel, hoje gerencia bancos de dados interativos, metadados e acervos digitais.
A biblioteca física continuará a existir, mas será um espaço híbrido, um laboratório de ideias e um refúgio para o pensamento crítico. O bibliotecário seguirá como mediador cultural, ensinando letramento digital e combatendo a desinformação.
Na era dos algoritmos, os bibliotecários serão os guardiões da curadoria humana, garantindo que o acesso ao conhecimento continue sendo plural e democrático. Não bastará encontrar uma resposta, será necessário ensinar a questionar.
Parabéns a todos esses profissionais!