Por Ricardo Estevão
Convém ler poesia? Sabia que sim? A poesia é um modo diferente de olhar e de dizer. Um modo mais reflexivo, mais investigativo e, por isso mesmo, mais revelador! Ah, mais bonito também.
Você já deve ter ouvido falar em Adélia Prado, certo? É uma poeta genial e premiadíssima que, atualmente com seus 88 anos, acaba de receber dois prêmios importantíssimos: semana passada, o “Prêmio Machado de Assis” de 2024, a mais significativa honraria concedida pela Academia Brasileira de Letras; e ontem, o Prêmio Camões 2024, o mais alto reconhecimento da literatura em Língua Portuguesa.
Adélia possui mais de 20 livros publicados. E essa sua história com a poesia começou, para valer, depois que um poeta já consagrado leu o manuscrito do primeiro livro dela – e recomendou que fosse publicado. Sabe o nome desse poeta? Carlos Drummond de Andrade!
É óbvio que ele entendeu que estava diante de uma grande voz da poesia brasileira! E todo mundo concordou com isso na hora!
É de Adélia a seguinte preciosidade: “De vez em quando Deus me tira a poesia. Olho pedra, vejo pedra mesmo”. Não é demais?
A poesia faz a gente enxergar além e nos ajuda a decifrar os mistérios do mundo. Com isso, a razão e a emoção vão passeando de mãos dadas pelos caminhos da vida – e a gente alcança um entendimento mais pleno das coisas, dos fatos, das pessoas e da gente mesmo!
Bom, eu poderia indicar aqui vários autores lindos: Mario Quintana, Cecília Meireles, Vinicius de Moraes, Drummond, Cora Coralina…
Ah, por falar em Cora, esta autora será tema de uma palestra incrível nesta sexta-feira, na reunião da nossa Academia Pindamonhangabense de Letras. O evento é aberto ao grande público: sinta-se convidado! Imperdível, hein!
Como dica da semana, deixo o primeiro livro de Adélia Prado (sim, o que impressionou nosso Drummond): “Bagagem”. É o começo da viagem dessa grande poetisa brasileira!
Para encerrar, uns versos desse livro: “Minha mãe achava estudo a coisa mais fina do mundo. Não é. A coisa mais fina do mundo é o sentimento”. Não é lindo? (O título desse poema é “Ensinamento”. Pesquise aí, você vai ver que foi essa mãe, tão amada pela autora, que ensinou à filha a lição mais linda que alguém pode aprender!).
Coisa boa: a poesia nos ensina a viver!