
Pindamonhangaba, berço do criador do evento que deu origem à efeméride que coincide com a chegada da Primavera, fazia sua festa às árvores no dia 29 de setembro.
Em sua edição de 7 de outubro de 1928 o extinto jornal Folha do Norte assim se referia às festividades às árvores: “…em obediência à praxe pré-estabelecida, realizou-se no dia 29 de setembro a tradicional Festa das Árvores…”.
Pela manhã, às 9 horas, o então Grupo Escolar Dr. Alfredo Pujol e a Escola de Normal Livre, que funcionava no Largo São José, no Palacete Tiradentes, deram início à festiva programação.
Na escola Pujol, com a presença de autoridades e famílias locais, o evento ocorreu no pátio externo, sendo conduzido pelo diretor Luiz Marcondes Guimarães e o inspetor escolar José Vieira de Macedo.
Naquele colégio, em um canteiro previamente preparado pelos alunos, “representando suas classes em número de 22, foram feitas as plantações de feijão e milho”, descreve o referido artigo da FN, revelando que tais plantações ficariam sob os cuidados dos próprios alunos e haveria um prêmio para a classe que melhor cuidasse de suas plantinhas, ou seja, que colhesse “melhor fruto”.
O ato de lançamento das sementes ao solo foi feito sob o canto dos hinos: “As árvores” e “Cavemos a terra” que, segundo o articulista, “…impressionaram a assistência”.
Coube à professora Judith Rangel Pacheco o pronunciamento de uma oração sobre a utilidade das árvores e o carinho que por elas deve-se ter. Prosseguindo o evento, os alunos foram conduzidos às suas classes onde os professores também fizeram uma preleção sobre o significado da data.
Concluídas as preleções, os alunos foram até a Escola Normal Livre, na Praça Barão do Rio Branco (Largo São José). De lá, reunidos com os alunos e professores daquele estabelecimento de ensino, partiram em direção ao “…velho e umbroso parque da Praça Cornélio Lessa (Bosque da Princesa) acompanhados da Corporação Musical Operária”.
No bosque, os alunos de ambas as escolas plantaram duas árvores simbólicas.
A comemoração prosseguiu com o discurso do professor e inspetor escolar José Vieira de Macedo, seguida da apresentação literária dos alunos das duas escolas.
Os leitores filhos de Pindamonhangaba talvez identifiquem alguns de seus antepassados entre os alunos que participaram da apresentação em verso e prosa, conforme consta na relação seguinte: “A rosa e o beija-flor, poesia, aluna Maria Cesar Nogueira; A carnaúba, poesia, Beni Lemes; Velhas árvores, Lilia Teixeira; O passado, poesia, Labibi Milad; Mata-mouros, poesia, Onofre Bahia; A primavera, poesia, Maria dos Anjos Moreira; A copa de uma árvore, poesia, Eularina Guaycuru; Flores, poesia, Minervina Esteves; Cair das Folhas, poesia, Francisco Lemes; A árvore, poesia, Juracy de Carvalho; A árvore, discurso, Demétrio Boueri; Discurso sobre às árvores, Benedicto Cunha; O gosto das plantas, poesia, Ivone Santos; A árvore da vida, poesia, Ary Barra; História de um fruto, diálogo, Eudóxia e Hilda; Meu canteirinho, poesia, Odette Arantes”.
Assim foi que a Pindamonhangaba do final dos anos vinte promoveu a Festa das Árvores. Prova inconteste que cultuar a natureza e propagar a defesa do meio ambiente entre a população é nobre vocação dos pindamonhangabenses.
Em 2002 o Dr. Francisco Piorino Filho idealizou um selo para comemorar o centenário da 1ª Festa da Árvore do Brasil.








