Não tem sido poucas vezes que ouço que o pensamento de que só morremos quando somos esquecidos. Este pensamento tem raízes profundas na busca pela imortalidade através da memória coletiva. Acreditamos que, enquanto nossas histórias ecoarem nas mentes daqueles que nos sucedem, uma parte de nós persiste além da morte física.
Essa perspectiva transcende culturas e períodos históricos, refletindo-se em rituais funerários, monumentos e obras artísticas duradouras. A escritora mexicana Sor Juana Inés de la Cruz expressou essa ideia ao dizer que “não morre aquele que deixou na terra a melodia de seu cântico na música de seus versos”. É a mais pura verdade…
Entretanto, esse pensamento também suscita reflexões sobre a natureza efêmera da memória humana e como o tempo pode desvanecer as lembranças. A obra “Cem Anos de Solidão”, de Gabriel García Márquez, aborda a luta contra o esquecimento ao narrar a história da família Buendía.
Em última análise, a imortalidade através da memória é um conceito poético e filosófico que desafia nossa compreensão da existência. A discussão sobre a finitude e a perenidade transcende a vida individual, conectando-se a uma busca humana mais ampla por significado e legado, que é o que nos faz imortais.