Eu me lembro bem! Era final de inverno no Sul do Brasil, quando eu recebi cordial e afetiva missiva do meu primo Dr. Francisco Aécio de Castro dando-me notícias das atividades de um grupo de idealistas de Limoeiro do Norte – Ce, terra querida onde nasci, com a finalidade de fundar a Academia Limoeirense de Letras (A.L.L.). De imediato, apressei-me em enviar ao meu antigo e estimado Professor de Biologia cópias do Estatuto e do Regimento Interno da Academia Paulista de Letras e da Academia Pindamonhangabense de Letras da qual eu era o Presidente. Dr. Aécio foi o primeiro Presidente do novo sodalício fundado oficialmente em 23 de outubro de 2000, uma estrela que viria cintilar no céu cultural da Princesa do Jaguaribe.
Tenho a elevada honra de ser Acadêmico Titular e Perpétuo da A.L.L. desde 2008, ano inesquecível, quando fui recebido, com muito carinho, na minha terra, qual recém-nascido embalado nos cueiros da afetividade dos meus confrades, sendo Presidente da entidade o saudoso Professor Arnóbio Santiago de Freitas. Foi uma noite memorável regada a lágrimas de uma emoção indescritível, oportunidade em que revi familiares, mestres e confrades queridos como o meu mais importante mentor intelectual: Padre Francisco de Assis Pitombeira, o Mestre Pergentino, os poetas Rúbio Vieira, José Maria Guerreiro, a Professora Iolanda Freitas de Castro, minha prima e primeira mulher Presidente da nossa respeitada Academia, entre outros.
Vinte e cinco anos são passados! Muitos acadêmicos já se chamam saudade. Foram para a Mansão Celestial, de onde enviam luzes de esperança e de fé para todos nós. O importante é que a nossa Academia de Letras paira acima de nossas paixões e idiossincrasias, pois ela simboliza o compromisso de todos com o progresso cultural da Terra dos Jaguares. Recordo, com emoção profunda, a alegria e surpresa que pude testemunhar (em conversa despretensiosa no Rio de Janeiro) da minha amiga e grande escritora Nélida Piñon, então Presidente da Academia Brasileira de Letras, quando lhe dei conhecimento da existência de um cenáculo literário (nossa A.L.L.) do Ceará, sintonizado com o povo, trazendo para o seu seio jovens estudantes (concursos literários, palestras em escolas). Ela me falou: “Um dia eu vou conhecer essa Academia que vai de encontro ao povo, sua grande missão!”. Ela tinha esse desejo, como me afirmou outras vezes. Infelizmente não foi possível, porque, tempos depois, ela se encantou (em Lisboa) e foi morar no Reino do Senhor.
A nossa venerada Academia festeja suas Bodas de Prata! Parabéns a todos: nossos confrades, nosso Limoeiro venerado e aos abnegados que lutaram por ela, para que fosse uma realidade. O que dizer nesse gratificante momento?
Ah, Academia, avança!
Acariciando ausências,
Amando almas angustiadas,
Acalentando afeições,
Abraçando amizades,
Afastando amarguras,
Auscultando auroras!
Avança, Academia,
Apalpando almas ardentes,
Amenizando ansiedades,
Abençoando afetos…
Ah, Aécio adorado,
Assis amado,
Amores afagados!
Academia, avança!
Ativa!
Autêntica!
Altiva!
Augusta!
Abençoada!









