
Nessa pupila rútila, molhada,
ninho misterioso de Ternura,
a ampla noite de amor e de loucura
se desenrola, quente, embalsamada.
Quando, às vezes, a vista desvairada
embebo, ansioso, nessa noite escura,
Dela rompe uma voz, que, entrecortada
de sorrisos e cânticos murmura…
É a voz do amor, que em teu olhar falando,
num concerto de súplicas e gritos,
conta a história de todos os amores:
E vêm por ela, rindo e soluçando
almas serenas, corações aflitos,
tempestades de lágrimas e flores…
Olavo Bilac, Tribuna do Norte, 16 de dezembro de 1906









