A vida é um sopro. Frase curta, mas que carrega o peso do tempo e a leveza do instante. Num piscar de olhos, o hoje vira ontem, o riso ecoa no silêncio, e o que parecia eterno se desfaz como poeira ao vento. É preciso coragem para viver sabendo disso — e delicadeza para não esquecer.
Vivemos tentando medir o tempo em horas, dias, décadas. Mas, no fundo, são os instantes que nos marcam: o abraço inesperado, a palavra certa, o nascer do sol visto pela primeira vez. A vida cabe inteira num sopro — e é aí que ela revela sua beleza. Não no que dura, mas no que toca.
Diante da pressa do mundo, vale lembrar: a vida não se acumula, se experimenta. E por mais que se tente controlar os caminhos, há sempre algo que escapa, que surpreende, que sopra outra direção.
Este editorial é uma pausa. Um convite para respirar mais fundo, olhar ao redor com outros olhos e perceber: estamos todos suspensos nesse breve sopro chamado existir. Que saibamos valorizá-lo antes que passe.