
é poeta, trovador, historiador e cronista. Atua no jornal Tribuna do Norte desde 1993 foi
convidado a integrar a APL-Academia Pindamonhangabense de Letras, quadro de membros
honorários e, em 1996, passou para o quadro de membros titulares, cadeira nº 20.
Meu primeiro artigo publicado em jornal saiu na Tribuna do Norte, em sua edição de 31 de julho de 1966. Tempos em que os textos eram compostos letra por letra, palavra por palavra… tempos da tipografia! Foi graças a um concurso de redação escolar com o tema “O perigo dos balões”. Promovido pela prefeitura local no governo do médico Dr. Francisco Romano de Oliveira, o concurso integraria a programação festiva para comemorar os 261 anos de emancipação político-administrativa de Pindamonhangaba, o aniversário da cidade.
Denominado “Concurso 10 de Julho”, o referido certame cultural escolar era aberto a alunos do 2º ao 5º ano (naquele tempo o 5º ano equivalia a um cursinho vestibular para a 1ª série ginasial). Eu, um meninote franzino e tímido, aluno do 3º ano mixto (se escrevia assim mesmo com “x”) do Grupo Escolar Dr. Rodrigo Romeiro, aluno da professora Carolina (infelizmente, não recordo seu sobrenome) tive minha redação entre as 10 escolhidas. A premiação, um livro sobre a vida do ilustre advogado, político, escritor e diplomata Rui Barbosa e a publicação no jornal.
A minha redação (grafia da época e título conforme o proposto) foi a 8ª publicação:
“Meus amiguinhos, o balão é muito bonito e colorido, quando está subindo vem aquela luz de linda cor. E, quando de lugar distante vem caindo perto da gente, todos correm gritando, dando vivas, rindo, é uma alegria para todos nós.
Mas, uma coisa, não devemos soltá-lo, porque para outros pode ser tristeza, lágrimas e lamentação. Ele pode cair em plantações, em casas de sapé de pobres lavradores, ou mesmo em um ninho de passarinhos, com seus filhotes inocentes. Claro que vocês não querem que caia em sua casa, por isso nunca soltem um balão. Quando chegar o Dia de São João, vamos brincar na festa caipira, perto da fogueira, se quizerem soltar bombinhas, soltem, mas muito cuidado, não joguem nos outros. Vamos brincar nas festas juninas sem prejudicar os outros.
ALTAIR FERNANDES CARVALHO – 9 ANOS – 3º ANO MIXTO – G.E. “RODRIGO ROMEIRO
Tempos depois, em 1978, depois de haver passado alguns anos longe de Pindamonhangaba, retornei à “cidade princesa”, passando a ser um dos colaboradores da Tribuna do Norte. Enviava poemas e sonetos para uma seção denominada “Coluna Literária”.
Finalmente, em 1986, vinte anos depois de ter a primeira publicação no jornal, surgiu a oportunidade de fazer parte do quadro de funcionários da Fundação Dr. João Romeiro, a mantenedora do jornal. Nestes 38 anos de Tribuna vi, em várias oportunidades, o jornal publicar redações, poesias, trovas e desenhos vencedores em concursos literários promovidos pela própria Tribuna, por escolas locais, Departamento de Cultura, Seção de Pindamonhangaba da UBT-União Brasileira de Trovadores (infelizmente extinta) e APL-Academia Pindamonhangabense de Letras.
Vejo a importância para a criança, para o adolescente, dessas publicações no jornal (aqui destacamos a publicação da “Tribuninha”). Ter seu texto, sua obra publicada em jornal é o bendito estímulo para seguir em frente, acreditando em novas conquistas culturais. Bendita seja a nossa Tribuna! Patrimônio histórico-cultural… patrimônio da imprensa brasileira!
Altair Fernandes
Bendita seja a nossa Tribuna! Patrimônio histórico-cultural… patrimônio da imprensa brasileira!