A pérgola do jardim da casa de vovó sempre foi o ponto de encontro nas tardes de verão. Se tornava o abrigo perfeito para uma tarde de descanso. Ela não se destacava por sua grandiosidade, mas pelo charme discreto e acolhedor que transmitia.
Feita de concreto pintado de branco esmaecido, suas colunas sustentavam as primaveras floridas, que, com o passar dos anos, haviam se espalhado, criando um teto natural de folhas verdes e flores coloridas. Quando o sol se punha, a luz dourada filtrava pelas frestas, criando um jogo de sombras que dançavam no chão de caquinhos vermelhos. Era como se a própria natureza, generosa e suave, tivesse construído aquele refúgio só para quem soubesse observar.
Às vezes, era apenas o vento que se fazia presente, sussurrando entre as folhas e trazendo um ambiente de paz e serenidade. Outras vezes, o canto dos pássaros invadia o espaço, escondendo-se por entre os galhos da primavera como se estivessem construindo um mundo novo.
Havia uma vida constante ao redor da pérgola, um movimento silencioso que parecia acompanhar o passar das estações. A pérgola era um lugar para ler um livro, tomar um chá ou simplesmente deixar os pensamentos vagarem sem pressa. Sentia-se no ar um tipo de paz que havia sido cultivada com o tempo, como se a pérgola tivesse absorvido as memórias de cada pessoa que passava por ali.
O entardecer era a hora mágica em que o céu começava a tingir-se de cores quentes—tons avermelhados, alaranjados e dourados. A sombra da estrutura da pérgola se estendia no chão, formando uma pintura abstrata e linda. O sol parecia dançar nas folhas.