Setembro foi o mês dedicado à conscientização sobre a prevenção do suicídio. Durante esse período, o laço amarelo ganhou destaque como símbolo de esperança e incentivo ao diálogo. Falar sobre saúde mental é essencial, mas é preciso entender que a forma como o assunto é tratado tem impacto direto na vida das pessoas.
Muitos se perguntam por que a imprensa não noticia casos de suicídio com a mesma frequência que outros acontecimentos. A resposta está no cuidado. A divulgação de detalhes sobre método e local pode gerar o chamado “efeito Werther”, fenômeno que ocorre quando pessoas em sofrimento emocional são influenciadas a repetir o ato ao conhecerem casos semelhantes.
Por essa razão, veículos de comunicação seguem recomendações da Organização Mundial da Saúde e optam por não expor informações que possam estimular novas tentativas. Em vez disso, direcionam o debate para onde realmente faz diferença: a prevenção, o acolhimento e a valorização da vida.
O silêncio sobre métodos não é omissão, mas sim responsabilidade. O verdadeiro compromisso da imprensa está em dar voz à prevenção e mostrar que ninguém precisa enfrentar a dor sozinho.
A escolha de não dar visibilidade a casos individuais também preserva famílias que atravessam momentos de luto e vulnerabilidade. Mais do que evitar a dor da exposição, a imprensa tem buscado ampliar a discussão sobre saúde mental, campanhas de apoio e políticas públicas de cuidado.
No Setembro Amarelo, a principal mensagem é que falar pode salvar vidas. Conversar sobre sentimentos, sem medo ou tabu, fortalece redes de apoio e ajuda a combater o estigma que ainda cerca o tema.
No Brasil, qualquer pessoa pode buscar apoio gratuito e sigiloso no CVV (Centro de Valorização da Vida), que atende 24 horas pelo telefone 188 ou pelo site cvv.org.br.