Neste 25 de julho, celebramos duas datas de extrema relevância para a memória, resistência e fortalecimento das mulheres negras: o Dia Nacional de Tereza de Benguela e o Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha. A data simboliza a luta, a força e a importância histórica e social das mulheres negras que, apesar de atravessadas pelo racismo e pelo sexismo, seguem protagonizando movimentos de transformação e justiça social.
Num olhar ampliado para o cenário mundial, torna-se imprescindível refletir sobre o legado das mulheres negras, especialmente em países como o Brasil, que foi constituído por meio, por cima e com o sacrifício das mulheres negras brasileiras. Foram essas mulheres que, durante séculos, ocuparam papéis de ama de leite, babá, escravizada, amante forçada, prostituída — repetindo um ciclo imposto de violência e exploração sexual que atravessou gerações.
Com a chegada forçada das mulheres africanas ao Brasil através do sistema escravista, veio também um universo de saberes ancestrais que impactaram profundamente a nossa formação cultural. Elas trouxeram influências fundamentais na nossa língua, nos costumes, na culinária, na medicina tradicional, nas artes, nas técnicas agrícolas e na construção de valores coletivos que até hoje resistem como herança viva do povo negro. Esse protagonismo, por tanto tempo silenciado, precisa ser celebrado e reconhecido.
Tereza de Benguela foi uma das maiores líderes quilombolas da história do Brasil. No século XVIII, comandou o Quilombo do Quariterê, no atual estado do Mato Grosso, após a morte de seu companheiro José Piolho. Sob sua liderança, o quilombo resistiu por décadas à escravidão, organizando uma estrutura social própria, com sistema de defesa, parlamento interno e produção agrícola e de metais. Tereza foi símbolo de inteligência política, resistência armada e autonomia negra, tornando-se referência de luta por liberdade e direitos até hoje.
Em homenagem a essa memória e resistência, o Conselho Municipal de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra de Pindamonhangaba (CMPDCNP) convida toda a população para as festividades alusivas a essas datas, que ocorrerão nos dias 25, 26 e 27 de julho, na sede do Conselho, localizada na Travessa Rui Barbosa, centro de Pindamonhangaba.
Programação:
25/07 – Sexta-feira
20h às 23h – Baile charme, empreendedorismo afro e atípicos, flash tattoo afro e acarajé
Local: Casa da Igualdade Racial “Dr. Luiz Gama” (Travessa Rui Barbosa, 57 – Centro)
26/07 – Sábado
9h às 11h – Ato Mulheres Negras na Luta pela Comunidade
Local: Praça Monsenhor Marcondes
11h às 15h – Exposição de pinturas, vestimentas e de instrumentos de religiões de matriz africana, oficina de turbante, tranças, batalha de rima feminina e homenagem a MC Nega Tay
Local: Casa da Igualdade Racial “Dr. Luiz Gama”
27/07 – Domingo
A partir das 9h – Apresentações de samba, capoeira, maculelê, oficina de boneca abayoimi, palestra “Autoestima” com Samantha Balbino e quirera comunitária preparada pelas mulheres da comunidade
Local: Casa da Igualdade Racial “Dr. Luiz Gama”
